segunda-feira, 23 de julho de 2012

Gerenciamento de Memória Cerebral

Hoje eu estive pensando, lembrando e relembrando, coisas boas e ruins. Momentos que mostram o sentido da vida, mas como tudo nela, são passageiros. Quando percebemos que ele já se foi e não há de retornar, acabam se transformando em um tormento. Quantas noites em claro, horas em vão, mergulhos em bebedeiras e tentativas frustradas de abafar os pensamentos que insistem em voltar, ele pode aparecer no meio do transito, em festas, em momentos decisivos, perecem até que os escolhem delicadamente para que sejam avassaladores.

Essas memórias podem ser de uma perda de um ente querido, de um animal de estimação, de um amor não correspondido, correspondido ou complicado demais para ser vivido, de um negócio, de uma mudança de vida, de um dia ensolarado de domingo, pois é, até as melhores lembranças podem se tornar horripilantes quando percebemos que não se repetirão.

Para um pouco de paz, já foram desenvolvidas terapias para que consigamos aprender a lidar com esses pensamentos. Mas, se uma serpente picasse a minha perna, meu desejo seria de arrancá-la fora, não “aprender a conviver com ela”, pois ela me atrapalha, me machuca e com certeza não gostaria de levá-la para o resto da vida.

Estudos nessa área já vem sendo testados a muitos anos, o filme “Brilho Eterno de uma Mente sem Lembrança” já tratou disso, mas como nosso o cérebro é uma teia, o difícil não é apagar a memória e sim localizar os que gostaríamos de esquecer. Imagine que você vai apagar um trauma de mordida de cachorro e na verdade deletam anos de estudo. O estudo de melhor êxito se deu com a droga U0126, testada apenas em ratos (quais serão as lembranças que os incomodam?). É baseado na tese de que: “Quando o cérebro forma uma lembrança, parte do processo envolve a movimentação física daquela lembrança de uma rede neural que sustenta a lembrança de curto prazo para uma que retém as lembranças de longo prazo. Os pesquisadores, liderados por Joseph LeDoux, concentraram esforços em interromper a transferência da lembrança de medo, com a meta principal de apagá-la. A maneira como os cientistas efetuaram a remoção de uma determinada lembrança conclui que o ato de ativar a memória de uma lembrança envolve uma transferência física da mesma forma. Eles foram capazes de apagar uma lembrança ativando uma lembrança específica.”

Mas, já possui estudos com seres humanos também, o estudo teve como base 33 estudantes universitários que assistiram a uma apresentação de vídeo, que mostrava um acidente. Após assistirem o vídeo foram coletadas amostras de cortisol de suas salivas, três dias depois, alguns dos estudos haviam recebido placebo, enquanto o resto havia ingerido duas doses de uma droga que controla e limita a quantidade de cortisol circulando no corpo. “A teoria é de que o cortisol está de alguma forma envolvido na preservação de memórias, especialmente aquelas carregadas de emoção, explica Marin. Ao reduzir a quantidade de cortisol no organismo, os cientistas talvez sejam capazes de mexer com a memória – mesmo depois que ela já tenha sido criada e armazenada no cérebro.”

O que gera outra discussão, alguns cientistas acreditam que isso funcionaria apenas para memórias recentes, pois estão mais acessíveis no cérebro. Ou seja, se decida rapidamente o que deseja esquecer.

Assim, como no filme, não há garantias, todas as formas que foram testadas em seres humanos o esquecimento foi temporário, ou seja, as lembranças retornaram a atormentar. Afinal, o que somos hoje é baseado em experiências anteriores, por pior que seja o fato, sempre aprendemos algo com ele, se o esquecermos será que não andaremos em direção a ele novamente? Por exemplo, se alguém que foi atropelada por um carro por não ter olhada para os lados, nas próximas vezes ficará muito mais atenta quando atravessar a rua. No momento em que esquece do acidente, a pessoa relaxa, o que a torna mais suscetível a acontecer novamente, ou também, poderá surgiu descargas mentais de medos sem fundamentos baseado em aprendizagem, que com certeza serão muito mais difíceis de serem identificados. E não vá pensando que o mesmo não possa acontecer se o que apagado for um relacionamento ou uma pessoa.


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